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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Reflexão de José Pacheco a respeito da Escola da Ponte em Portugal

Era preciso repensar a escola, pô-la em causa. A que existia não funcionava, os professores precisavam mais de interrogações do que de certezas. Concluímos que só pode haver um projeto quando todos se conhecem entre si e se reconhecem em objetivos comuns. Apercebemo-nos que um dos maiores óbices ao desenvolvimento de projetos educativos consistia na prática de uma monodocência redutora que remetia os professores para o isolamento de espaços e tempos justapostos, entregues a si próprios e à crença numa especialização generalista. Percebemos que se há alunos com dificuldades de aprendizagem, também os professores têm dificuldades de ensino. Obrigar cada um a ser um outro igual a todos, é negar a possibilidade de existir como pessoa livre e consciente. Na nossa escola todos trabalham com todos. Assim, nem um aluno é aluno de um professor, mas sim de todos os professores, nem um professor é professor de alguns alunos, é professor de todos os alunos. Hoje, a nossa Escola assenta na autonomia dos alunos. Apesar de estar inserida no sistema oficial de ensino, tem deparado com muitas barreiras quanto ao reconhecimento das virtualidades de uma aprendizagem alicerçada em valores como a solidariedade e a co-responsabilização dos educandos. Este é um modelo pedagógico que serve de inspiração a outras escolas.

 

  A ideia não é copiarmos a Escola na Ponte no Brasil, temos problemas diferentes que exigem soluções adequadas. O que nos serve de inspiração da Escola da Ponte é a capacidade de iniciativa, a necessidade de mudança e a postura de disposição para promovê-las.

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